Entre 4 a 14 de dezembro de 2017 foi ministrada formação à PSP e à GNR no âmbito do Projeto Protasis – Police Training Skills. A formação decorreu nas instalações da Escola Prática da Guarda, em Queluz, e reuniu trinta Guardas da GNR e quarenta agentes da PSP, num total de setenta formandos, com proveniências territoriais e áreas de intervenção diferenciadas, com o propósito de se tornar possível a disseminação dos conhecimentos apreendidos.
Durante a fase inicial da formação, as duas forças policiais receberam formação conjunta, o que possibilitou a partilha de conhecimentos, de práticas e de metodologias das duas forças policiais, mas também das dificuldades que uma e outra enfrentam no dia-a-dia no contacto com as vítimas de crimes, em especial nos casos de violência doméstica que envolvem crianças. Dificuldades que foram atendidas e respondidas ao longo da formação.
De destacar ainda o facto de esta formação ter contado com cinco formadores. A Professora Inês Ferreira Leite e a Mestre Sónia Moreira Reis do Centro de Investigação em Direito Penal e Ciências Criminais da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (CIDPCC-FDUL) ministraram o primeiro dia de formação, durante o qual foram apresentados o âmbito, objetivos e metodologias do Projeto, conceitos introdutórios de vitimologia, diagnosticada a situação das vítimas em Portugal e sumariadas as principais orientações da União Europeia sobre a matéria. Depois, foram expostas noções introdutórias sobre os princípios fundamentais a seguir no contacto com as vítimas e sobre a imperatividade de se proceder ao diagnóstico e apoio cerces dos casos que envolvem vítimas e como dar as primeiras respostas às suas necessidades.
Os restantes dias de formação estiveram a cargo de três colaboradores da APAV – Associação de Apoio à Vítima, concretamente dos formadores Bruno Brito Marques, Rosa Saavedra e Sónia Reis. A metodologia seguida foi eminentemente prática, com recurso a exercícios e role playing, com o propósito de possibilitar aos formandos a apreensão das ferramentas de diagnóstico da tipologia da vítima e das respostas adequadas ao caso concreto. Assim, e a partir de casos simulados, foi possível aos formandos aplicar de modo imediato os novos conhecimentos apreendidos, o que lhes deu a oportunidade de constatar o impacto que estas ferramentas de trabalho podem trazer no contacto com as vítimas e na criação de empatia através das metodologias apresentadas. Deste modo, esta formação ministrada no âmbito do Projeto Protasis veio trazer à GNR e à PSP não só enriquecimento pessoal a todos aqueles que nela participaram, mas também e sobretudo aprofundamento metodológico que potencia maior profissionalismo e humanismo no atendimento e encaminhamento das vítimas de crime em casos futuros.